terça-feira, 17 de abril de 2012


Quando pensamos em fotografar ação e movimento sempre lembramos da velocidade do obturador… porém não é só isso que importa para fazer belos registros de ação congelada ou ainda, o que é mais difícil, mostrar o movimento na imagem sem transformá-la em algo “borrado e sem fundamento”.
Encontrei um artigo bem interessante sobre este tema e retirei dele alguns trechos e dicas preciosas. O autor, Luciano de Sampaio, explica muito bem as técnicas e truques para captar este tipo de imagem. Leia abaixo e deixe seu comentário!
“Esportes, crianças e diversas outras situações exigem preparo, atenção e dedo rápido do fotógrafo.
Equipamento
Em poucas áreas da fotografia o equipamento é tão crítico quanto na fotografia de ação. Apesar de ser possível conseguir bons resultados com uma câmera compacta, certamente uma dSLR oferece uma gama de possibilidades mais apropriada para uma empreitada dessas.
Compactas: com uma câmera sem ajustes manuais, o ideal é trabalhar com o modo de cena para esportes. Dessa forma, o sistema da própria câmera regula velocidade, abertura e foco para obter as imagens desejadas. Um dos grandes problemas em se utilizar uma câmera point-and-shoot para fotografar movimentos é a limitação da lente. Apesar de algumas câmeras mais avançadas oferecerem uma aproximação considerável através do zoom ótico, a maioria das compactas depende do zoom digital. Uma outra dificuldade das compactas é o lapso de tempo entre a pressão no obturador e a captação da imagem pelo sensor. Em alguns modelos, a diferença de tempo pode chegar até mesmo a um segundo inteiro.
dSLRs: com uma câmera profissional – ou semi – você já terá condições de explorar as cenas rápidas de forma mais criativa, o que normalmente significa imagens inéditas e, portanto, mais interessantes. Para isso, uma lente longa e clara – uma teleobjetiva de 100 ou 200 mm e abertura máxima na casa dos 2.8, por exemplo – seria ideal, apesar de muito cara. Naturalmente que, em certas ocasiões, é perfeitamente possível fotografar com lentes curtas – normais, ou até mesmo com grande-angulares – desde que você esteja próximo da ação enquanto ela acontece. Câmeras dSLR também sofrem de um pequeno lapso de tempo entre disparo e captação, de ordem muito inferior, na casa dos milésimos de segundo.
Situações interessantes
Esporte : provavelmente a primeira coisa que vem à cabeça das pessoas quando se fala de ação é a foto de esporte. Mas não é só no campo ou na quadra que a foto de esporte impressiona. Surf e skate, por exemplo, costumam oferecer imagens belíssimas.

foto: Miguel Schincariol

Para fotografar qualquer esporte, o mais importante é conhecer seu funcionamento. Quais posições são importantes para uma jogada decisiva ou qual jogador é reconhecidamente mais habilidoso podem servir para determinar o momento – bem como a direção em que a câmera aponta – em que o clique é feito. Em esportes individuais, conhecer os movimentos que constituem a “assinatura” de um atleta – como a preparação do velocista jamaicano Usain Bolt antes de correr, ou o desempenho de César Cielo na piscina – pode garantir uma visão diferenciada sobre cada movimento.
Vida urbana : as grandes cidades não param, e a velocidade com que cada dia passa é maior. A pressa das pessoas na rua, correndo atrás do ônibus que está saindo, serve de contraponto à tranquilidade do passeio no parque.

foto: Ana Pitteri

Performances: artistas circenses e marciais, acrobatas e dançarinos apresentam movimentos fluidos e contínuos. Graças a essa sequência de posições as recompensas de se fotografar esses tipos de atividade são enormes.

foto: blackdisel

Técnica
Claro, não basta apenas olhar e apertar o botão para se obter uma boa fotografia – apesar de o olhar ser essencial – então algumas dicas sobre a técnica são bastante valiosas. Especialmente depois de mostrar o que é possível se conseguir nesse mundo veloz da foto de ação.
O panning: esta maneira de fotografar está intimamente ligada ao movimento, uma vez que depende dele para sua execução. Para realizar uma foto em panning, você deve, antes mesmo de apertar o disparador da câmera, acompanhar o movimento do assunto. Ao fazer a captura da imagem, é importante que você continue acompanhando o deslocamento, tentando até mesmo equalizar a velocidade com que você gira a câmera. Com isso, tudo o que estiver parado no enquadramento assume um visual riscado, dando ideia de velocidade, enquanto o assunto fotografado permanece quase totalmente nítido.



foto: iratxo.foto

Ciclistas e automóveis são excelentes temas para fotografias em panning, porém até mesmo elevadores, aviões e praticantes de Rapel também podem ser fotografados nessa técnica. Um detalhe importante: Caso você disponha de um tripé ou outro meio de estabilizar a câmera durante o panning, use-o. Com isso, as linhas formadas no fundo não parecerão quebradas, dando uma sensação ainda maior de velocidade.
Exposição: como sempre, a exposição é um dos principais elementos de uma fotografia. A definição sobre velocidade do obturador, abertura do diafragma e sensibilidade do sensor é essencial para uma foto bem iluminada, e serve como base para a criatividade. Em câmeras compactas – até mesmo em algumas mais modernas e que ofereçam ajuste manual – dificilmente você tem tempo de manipular os controles de forma a alterar valores sem correr o risco de perder a ação. Assim, o modo automático – normalmente chamado “esportes” – é o ideal com esse tipo de equipamento.
Para as câmeras que permitem ajustes em sistemas de prioridade (Av/A – prioridade de abertura e Tv/S – prioridade de velocidade), sejam elas dSLR ou compactas mais avançadas, esses modos são ideais para a fotografia de ação.
Em modo Av a câmera ajusta todos os parâmetros da foto de acordo com a sua escolha de abertura da lente. Para a foto de movimento, é recomendado principalmente em ambientes externos e com boa luminosidade, pois pode ocasionar velocidades mais baixas para a captura. Caso você defina um valor muito baixo para a abertura, a profundidade de campo da imagem será rasa, podendo então destacar o assunto da foto sobre um fundo desfocado. O principal cuidado nessa configuração é com o foco, mas isso é tema para daqui a pouco.

foto: tinyfishy


Se você preferir o modo Tv, seu equipamento se configura para otimizar a sua escolha de velocidade. Em termos de foto de ação, esse é o modo mais recomendado, pois oferece – dentro dos limites da sua câmera – os melhores resultados (supondo que toda a parte teórica da fotografia tenha sido observada).
Quando se fala de foto de ação ou de movimento, pressupõem-se altas velocidades para que o momento seja congelado na imagem. Independente de uma profundidade de campo mais curta – e em alguns casos menos críticos até mesmo sem considerar a quantidade de ruído em uma cena – o importante é ter aquela fração de segundo registrada. Como regra geral – que pode ser quebrada em momentos de experimentação – considere manter a velocidade de disparo próxima a 1/250 ou 1/500. Em cenas muito iluminadas é possível até mesmo deixar o obturador ainda mais rápido, em torno de 1/1000. Com esses valores, a chance de você congelar movimentos muito rápidos é maior, aumentando a nitidez da foto.
Foco: com tudo à sua frente se mexendo tão rápido, e muitas vezes mudando de distância em relação a você , é difícil manter o foco da câmera no assunto principal. Ou então você pode contar com a tecnologia. Praticamente toda câmera dispõe de sistemas de autofoco, e você tem o dever de conhecer seu equipamento bem o suficiente para usá-lo a seu favor.
Em câmeras compactas, o autofoco funciona sempre do mesmo jeito. Meio toque no disparador, espera o quadrinho verde, dispara. Percebe agora por que elas não são muito indicadas para fotos de ação? Até o foco acontecer, o movimento que você queria já aconteceu, muitas vezes. Mesmo assim, tente. O pior que pode se passar é você ter praticado bastante o controle da exposição com seu equipamento.
Já as dSLR oferecem uma gama maior de possibilidades. Desde o foco manual – que não é o ideal para esse tipo de fotografia – até o autofoco contínuo, provavelmente é a melhor opção sempre que for fotografar esporte ou outros tipos de ação. Com ele, a lente estará sempre ajustando o foco, “seguindo” o tema do enquadramento.
Mas existe mais uma coisa a regular na sua câmera antes de confiar cegamente no sistema de autofoco: o ponto de interesse. Dependendo do modelo da sua câmera, você tem de 11 a 56 pontos de interesse para foco, podendo selecionar desde um único ponto até um grupo destes para definir para onde a “atenção” da câmera deve estar apontada. Por experiência, pode-se dizer que o ideal é trabalhar com o foco em ponto único e central. Dessa forma, você sempre estará com o autofoco contínuo de sua câmera funcionando em relação exata com aquilo que você está observando.
Alguns fotógrafos preferem trabalhar com mais de um ponto de foco, selecionando as opções conhecidas como “matriz de foco”, em que uma área de atenção é delimitada, ao invés de um único ponto.

foto: limconcon


Nessa regulagem, tudo o que se destacar nessa área será procurado pelo foco. A matriz de foco é mais interessante para esportes individuais e outros tipos de ação com menor número de participantes. Outra opção – só válida para quando a ação acontece muito longe, como no caso da fotografia de surf e outros esportes desse tipo – é ajustar o foco da sua câmera para o infinito. Como a distância é grande, tudo o que estiver posicionado a partir de um determinado ponto estará focado corretamente.
Pratique!
Se você quer realmente boas fotos de ação, é muito importante praticar sempre. Além disso, conhecer fotos do estilo também serve de referência. Use o Flickr, o Olhares e outros sites do gênero para conhecer o trabalho de fotógrafos – famosos ou anônimos – e buscar inspiração para suas próprias imagens.”
Dicas e truques retiradas do site http://www.tecmundo.com.br

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Zamir Jr MTB - 65189
Equipe de Jornalismo MadX Comunicação


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